quarta-feira, 19 de março de 2008

CRÔNICA - Olifapolis Maravilhosa

Recentemente me deparei com uma situação esquisita. Enquanto preparava um relatório para a faculdade sobre a situação da cidade maravilhosa fui obrigado a examinar mais de perto a definição da palavra "cidade". Lá estava Cidade: complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma importante concentração populacional não agrícola, ou seja, dedicada a atividades de caráter comercial, industrial, financeiro e cultural. Foi aí que me deparei com uma questão sociológica. Será que no Rio de Janeiro somos "dedicados" a qualquer destas atividades, ou por este caso a qualquer coisa?

Sei que se resume a uma questão semântica, mas ao mesmo tempo se trata de uma questão primordial para estabelecer o que afinal é esta situação, digamos, em que vivemos. Afinal, se não somos uma "cidade" propriamente dita então o que de fato somos? Uma aldeia? Povoado? Talvez um Principado? Após uma breve pesquisa me dei conta que não cabemos em nenhuma definição totalmente e por isto surgiu na minha cabeça uma luz: precisamos inventar uma nova palavra!

Certamente vamos ter um debate democraticamente organizado entre os pensadores da cidade. O prefeito terá que largar seu blog (mesmo que somente por algumas horas) e um referendo será realizado para decidir o que somos. Com isto, gostaria de dar minha humilde sugestão, apesar de estar ciente da vasta existência de escritores e artistas da cidade, cada uma com uma imaginação melhor que a outra.

Depois de uma pesquisa sobre as palavras que possivelmente poderiam ser usadas para definir este aglomerado de pessoas, notei que um conjunto de "três –fixos" já resolve. Denominei a nossa ex-cidade de uma Olifapolis. "Oli" de oligarquia para mostrar que alguns poucos mandam, "fa" de favela para aproveitar uma das definições clássicas que estipulam uma falta de sanidade higiênica, e "polis", para ajudar a identificar do que se trata. Perfeita não ficou? Olifapolis! Tem até um som agradável, meio romântico. Imagina só a Olifapolis Maravilhosa!

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